quarta-feira, 9 de janeiro de 2019
Quando brota a escuridão medonha da noite os cães ladram e tornam - se mais inquietos e agressivos. Ao raiarem os primeiros sinais do dia eles retomam, contudo , a sua esperada placidez. O mesmo se observa com o comportamento arredio do bicho - homem.
Nesses ásperos tempos as labaredas do ódio gratuito lambem a tênue paz que une os cidadãos comuns , varrendo e anulando qualquer possibilidade de convivência pacífica entre as pessoas.
Enfim , adeus ao cavaco maneiro às portas das casas , em cadeiras de balanço, jogando conversa fora ou ao inocente racha no campinho de areia.
Segurança em verdade fica restrita às autoridades em seus veículos blindados escoltados por batedores ou aprisionados em condomínios de luxo , fortificados com múltiplos aparatos eletrônicos.
Quando raiar o sol de uma nova era , espera - se que haja tempo de recuperar o que se destruiu na negra noite da intolerância e do ódio.
"Ó míseras mentes humanas ! Ó cegos corações!" , como lamenta Lucrécio ( 94 - 50 a.C ), poeta e filósofo latino , a insensatez dos homens que , em vez de gozarem com inteligência e moderação as boas coisas da vida , impõem a si mesmos mil sacrifícios, devorados pela ambição de dinheiro e pela ambição de mando .
E o Ceará morrendo e resistindo , resistindo e morrendo !
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