UMA BREVE PARADA DE FINAL DE ANO
“ O momento mais importante é sempre o presente; a pessoa mais importante é a que agora está frente a ti; a tarefa mais importante é sempre amar”. São palavras de Mestre Eckhart, um místico alemão do século XIII. Preparando os cueiros para o ano novo que se anuncia, trago à tona uns pequenos lembretes como:
Parar um pouco para suprimir de mansinho de nossa agenda tudo aquilo que algum dano nos causou;
Limpar com água e sabão toda mancha deixada ao tirar a pesada máscara que fomos obrigados a usar;
Aparar com delicadas tesouras tudo aquilo que impede nosso livre crescer;
Empregar agulhas tênues para tecer muitos sonhos e ilusões;
Usar uns sapatos de ética e moral para facilitar um caminhar firme e seguro por todas as sendas;
E, por um segundo apenas segurar um módico espelho para observar de perto uma das obras mais perfeitas de Deus e recolher com as mãos, de nosso íntimo, o néctar da felicidade que habita todos nós. Basta isso!
Encerro com um mimo da bela poeta Lya Luft, através da “ Canção na Plenitude “:
“ Não tenho mais os olhos de menina
Nem corpo adolescente, e a pele
Translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
Agrandada pelos anos e o peso dos fardos
Bons ou ruins.
(carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia)
O que te posso dar é mais que tudo
O que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
Quando em outros tempos choraria.
Busca te agradar
Quando antigamente quereria
Apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais que beleza
E juventude agora: esses dourados anos
Me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
E não menos ardor, a entender-te
Se precisas, a aguardar-te quando vais,
E dar-te regaço de amante e colo de amiga,
E sobretudo força – que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
Cujas marés – mesmo se fogem – retornam,
Cujas correntes ocultas não levam destroços
Mas o sonho interminável das sereias “.
Um Feliz Natal para todos!
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