domingo, 2 de janeiro de 2022

 Meu Pedaço de Chão, Minha Vida .

Fim da tarde de sábado, primeiro dia do ano , apresentando para minha pequena filha , a Praia do Mucuripe , parte de minha vida. Há seis décadas , neste paradisíaco chão, não existiam espigões de concreto, barrando a brisa e apontando com os dedos em riste para os céus. É o progresso !
" Sou cearense e me ufano,
Que esta terra de Iracema
Primeiro quebrou a algema
Nos pulsos da escravidão !
Nos " verdes mares bravios"
Voando a sua jangada,
Foi, nesta Santa cruzada,
O berço da salvação.
E, por isso, a voz do povo
Chamou - a " Terra da Luz ";
Cumprida a lei de Jesus :
Do cativo a remissão...
E desta luz a centelha
Produziu geral incêndio,
Acabando o vilipêndio,
Do servo fazendo irmão.
O alto poder, nos prélios,
Se carece de soldado,
Os olhos volve animado
Para as bandas do Ceará,
Para a terra de Tibúrcio
E do Sampaio valente !
Onde melhor combatente ?
Mais valoroso não há!
E manda chamar um Clóvis,
Se precisa de jurista;
Quando fala em romancista
Lembra José de Alencar!
Portanto , declaro , ufano
Da glória que me pertence:
Sabeis vós : - Sou cearense
E minha glória é sem par ."
Poema " O Cearense " da autoria de Juvenal Galeno , nascido em Fortaleza, a 27 de setembro de 1836 e falecido na mesma cidade , a 7 de março de 1931. Construiu uma poesia de intuitos populares, bebida diretamente das fontes do povo , a qual vestiu com formas de um primitivismo ingênuo e de grande efeito poético .
Pode ser uma imagem de 1 pessoa, cão e ao ar livre
Josias Cavalcante, Kalline Alcântara e outras 86 pessoas
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