Cândido das Neves - Índio
" Noite alta , céu risonho
A quietude é quase um sonho
O luar cai sobre a mata
Qual uma chuva de prata
De raríssimo esplendor
Só tu dormes, não escutas
O teu cantor
Revelando à lua airosa
A história dolorosa desse amor
Lua
Manda a tua luz prateada
Despertar a minha amada
Quero matar meus desejos
Sufocá - la com os meus beijos
Canto
E a mulher que eu amo tanto
Não me escuta, está dormindo
Canto, e por fim
Nem a lua tem pena de mim
Pois ao ver que quem te chama , sou eu
Entre a neblina se escondeu
Lá no alto a lua esquiva
Está no céu tão pensativa
As estrelas tão serenas
Qual dilúvio de falenas
Andam tontas ao luar
Todo astral ficou silente
Para escutar
O teu nome entre as endechas
As dolorosas queixas
Ao luar"
Noite Cheia de Estrelas , composição musical da autoria de Cândido das Neves.
Cândido das Neves - Índio - ( 1899 - 1934 ): cantor , compositor , instrumentista e boêmio, nascido no Rio de Janeiro.
Seu pai , Eduardo das Neves (1874 - 1919) , era um palhaço, cantor , poeta, compositor e instrumentista.
Desde cedo , aos 5 anos de idade, Cândido das Neves foi apresentado ao instrumento ícone dos boêmios e das serenatas , o popular violão .
Ainda menor de idade , Índio, integrou um grupo musical chamado " Heróis da Piedade".
Cândido das Neves passou a compor músicas para serestas , e logo, artistas da noite, como Vicente Celestino (1894 - 1968), Nelson Gonçalves (1919 - 1998) , Orlando Silva (1915 - 1978), e Silvio Caldas (1908 - 1998) , trataram de espalhar pelo território brasileiro, as pérolas musicais da lavra de Índio.
Em 1932 , por conta de problemas com a saúde, Cândido das Neves, deu um freio de mão nas noitadas boêmias.
Em 1934, Índio foi abatido em pleno voo pela "peste branca " , a tuberculose, uma amante traiçoeira dos poetas e notívagos daquela época romântica pré- antibiótica.
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