A Festa nos Sebos
Para o poeta Vicente Alencar
A ventura de frequentar um sebo, como o do Geraldo, no centro de Fortaleza faz - se impagável. Uma alegria de D. Juan , toma conta , não com olorosas damas , mas com brochuras ricas em ouropéis. Aquele amontoado de amigos de papel , desalinhados , reflete um pouco o destino humano. O contista famoso , o poeta boêmio, o mordaz crítico literário, todos se amparando , ombro a ombro nas prateleiras bambas , alguns glórias do passado e pobres esquecidos de hoje. Ali vivem Machado , Alencar , Graciliano , Quintana, Drummond , Cecília , Clarice , Rachel , apenas para citar "os nossos".
Folheando - se páginas desgastadas pelo tempo, coladas , mostrando que nunca foram lidas , relembram balzaquianas que conheceram o fastigio, mas morreram virgens.
E as dedicatórias redigidas com tanto amor e respeito causam constrangimento ao novo adquirente da obra.
Ilusões construídas com muito suor e lágrimas, banhadas em tinta , ficam a mercê de uma mão amiga , a preços módicos , quase sempre.
Pior destino seria uma indefectível fábrica de moer papel. Ave Maria!
E as dedicatórias redigidas com tanto amor e respeito causam constrangimento ao novo adquirente da obra.
Ilusões construídas com muito suor e lágrimas, banhadas em tinta , ficam a mercê de uma mão amiga , a preços módicos , quase sempre.
Pior destino seria uma indefectível fábrica de moer papel. Ave Maria!
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