sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Antônio Filgueiras Lima
"Homem prático/que passas correndo pela rua/contém o passo - que o teu esforço é inútil/olha que eu sigo ao teu lado/calmo, sereno, devagar/com os olhos cheios de paisagens/os ouvidos bêbedos de música/e a mente enflorada de sonhos.../vê bem: por mais que te apresses/por mais que avances/nunca me vencerás nesta corrida/bem sei que és forte!/depois , só há um ponto de partida : a Vida/só existe um ponto de chegada: a Morte/ e enfim/sobre o caminho percorrido/tu, homem prático, deixarás apenas/o pó que levantaste do solo/com as tuas passadas estrepitantes/e eu ?ah! Eu deixarei um pouco de mim mesmo/sobre os cardos/sobre as pedras/para tornar mais suave a caminhada/dos que vierem depois de mim"
"Gosto das cousas límpidas e raras/que enchem de encantamento os meus sentidos/Raça! Não me entorpecem tuas taras:/sou um grego dos tempos esquecidos.../cercado embora de ferrenhas caras /de almas e corações empedernidos/adoro os céus azuis e as águas claras/cujos sons adormecem meus ouvidos/cultivo ideias e apascento estrelas/jardineiro e pastor - em sonhos e ânsias/procuro, no meu cérebro, acendê-las/podeis rugir ,ó bárbaros! Dispersos/no meu jardim de excelsas rutilancias/ eternamente cantarão meus versos !"
Antônio Filgueiras Lima ( 1909 - 1965 ), nasceu na cidade de Lavras da Mangabeira , no Ceará e faleceu a 28 de setembro de 1965 . Bacharel pela Faculdade de Direito do Ceará. Em 1938 , com Paulo Sarasate, fundou o Instituto , hoje Colégio Lourenço Filho. Pertenceu ao Instituto do Ceará e à Academia Cearense de Letras , onde ocupou a Cadeira 21, de que é patrono José de Alencar.

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